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Apanhar-me a dizer bem de Cavaco é tão provável como encontrar um vislumbre de estratégia em Passos Coelho. Não é provável, mas acontece. Vem isto a propósito das cagarras, ou melhor, da muito ridicularizada visita às Selvagens no meio do terramoto político que abanava o país. A visita teve contornos caricatos, como as cenas à volta das ditas cagarras, mas vai-se percebendo a sua importância quando se observam as movimentações de Espanha sobre Gibraltar e as ilhas Perejil, bem como as reivindicações sobre o mar das Selvagens. O que está em causa é a zona económica exclusiva de Portugal, para a qual as Selvagens têm uma posição estratégica fundamental. Parece que por uma vez Cavaco olhou para o mar e pensou no país mais do que a curto prazo. O canto das cagarras pode ter, por breves momentos, transformado Cavaco em verdadeiro Chefe de Estado.