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"Os diletantes são-no geralmente de ideias ou de emoções - porque para compreender todas as ideias ou sentir todas as emoções basta exercer o pensamento ou exercer o sentimento, e todos nós, mortais, podemos, sem que nenhum obstáculo nos coarcte, mover-nos liberrimamente nos ilimitados campos do raciocínio ou da sensibilidade.” Eça de Queiroz

We're half-awake in a fake empire

JAC, em 22.11.13

O melhor do rock passou ontem por Lisboa em mais um fantástico concerto dos The National, que cantaram “Fake Empire” no dia em que as forças de segurança tomaram as escadarias da Assembleia, onde poderiam ter cantado em coro “I still owe money to the money, to the money I owe?”.

A música dos The National soa como um quadro de Paula Rego, em que uma beleza insuportável nos esmaga. Uma beleza que surge de uma arte visceral, sem concessões e genuína. Todo o contrário dos detergentes sonoros que povoam as rádios, capazes de entrar em todas as casas sem bater à porta e sem deixar marca. Como os quadros de Paula Rego, a música dos The National não é feita para agradar pela facilidade, feita de um refrão fácil ou um arranjo compostinho, a sua música arrebata, como a grande arte, porque tem algo a dizer e algo para nos fazer sentir.

Os The National fazem de um concerto, independentemente do local onde se realiza, um objecto artístico intimista, ao mesmo tempo que insuperavelmente cool, onde nos transportamos para o pequeno teatro da capa de “Boxer” e assistimos a um grande concerto entre amigos, que acabam a cantar em coro, como ontem no Pavilhão Atlântico, “All the very best of us string ourselves up for love"

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